FUTEBOL DE MESTRES: "Especial M1to": O dia em que Ceni foi vaiado e chorou

Apesar da carreira vitoriosa, Rogério Ceni teve falhas (como todo ser humano), e um dia isso lhe custou caro. O goleiro ouviu vaias vindas da própria torcida.

No clássico entre Palmeiras e São Paulo pelo Campeonato Brasileiro, no dia 27/06/2004, Ceni não conseguiu fazer seus milagres, e para piorar, falhou no segundo gol alviverde, marcado por Vágner Love. O São Paulo perdeu a partida por 2 x 1. Além do atacante Luis Fabiano que perdeu vários gols, o goleiro artilheiro também não foi poupado das vaias. Se ecoava o grito: "P... que o pariu, é o pior goleiro do Brasil, Rogério!", originado pela própria torcida são-paulina. Algo que abalou o ídolo e o fez ir para os vestiários abatido.

O meia Souza relatou ao site ESPN.com.br a situação ocorrida naquele dia: "Eu lembro da cena do Rogério chorando, porque ele estava sentado de frente para mim. Eu no meu armário, ele no dele. Foi o dia que aprendi que, no Brasil, até o cara que é ídolo passa por momento ruim, é cobrado. Foi chato, triste ver nosso capitão ali chorando, mas veio uma reflexão para mim. As pessoas acham que os ídolos são Super-Homens, que eles não choram, e, naquele momento, eu conheci o Rogério são-paulino de verdade", revelou ao veículo de comunicação.

Ceni assume a responsabilidade
pela derrota.

Souza ainda completou: "Muita gente diz que jogador argentino é mais apaixonado pelo clube do que brasileiro, mas eu discordo. A torcida brasileira é diferente da argentina. Um cara pode ter 20 anos de clube, e a torcida brasileira tem pavio curto. Aconteceu com o próprio Rogério. Às vezes, a torcida é muito ingrata".

Assista aos melhores

momentos dessa partida.

Mesmo com o clima pesado, as vaias Tricolores e o abatimento natural de um atleta, Rogério Ceni se reergueu, continuou trabalhando, assim como todo elenco do São Paulo, e no ano seguinte, veio o resultado: Tricolor campeão Paulista, da Libertadores e Mundial. Uma tríplice coroa que só foi conquistada com muito esforço e dedicação do time e de seu principal líder: o Mito.